verseverso

sábado, 3 de fevereiro de 2018

old nebbiolo
habitua
e leva bons anos
e outonos
no belo
longo do langhe
nebuloso habitat
lounge do longe

o autócne
nem bem olho
nem olo
nem boca nem odo
da rosa que murcha
overture e trufa
o etéreo eterno
do mushroom

na mosca
o alvo é negro

zebra e certeza
no epicentro do calibre

domingo, 12 de janeiro de 2014


alice 
ali em seu
liceu 
lê-se
lis lince alce
e se ela
sei lá
aliás-se
sim à elis
é isso
e elícita 
cílios
saliva
lacinho
alicinha
sílabas
em elipses
de símiles


oiça
a onça
ouça

monsieur
ou moça?

fideicomisso
e me fodi com isso

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

no prelo pra ela
seu paralelo
um nome próprio
prognóstico
poesia e prosa
em propósito
para por pela e nela
palavra-pérola
a prole prospera

segunda-feira, 22 de julho de 2013

em guantánamo
manos en guantes
mas não aqui mano
aqui não agüentamos

na gália onde estamos
cagüetamo-nos
guardamos a onu
à gárgula americana

lá afogamos tantos
quantos menos somos
aguamos a nata
coalhamos o tônus

tão us americanos
dogma e vamos
anda nomes
e nos tragam snowden

sábade na abadia
e obladi oblada
vade a levada
e baldes de alcOH-C=Ois
                             ‘
debaldem na balada
e decibéis débem
e debênturem de débito
e sobem debates e abutres e derbys
e abades de catzo abatem
bucetas e bocas de abacate
e bundas e bustos e beatas
idem e ibidem oblatos

sexta-feira, 21 de junho de 2013

tuíto um intuito
i’m into it
tilto o estatuto

tatuo no hiato
um atol de tudo
meu anti-tumulto
asti e prosciutto

prostituto
inputo tutto
130+ putos

sexta-feira, 8 de março de 2013

perfídia
a fidedigna
ao de uma figa

fustiga
pela fisga
sem fuga

encrua
na carne
crua


||: a cada em si
cadência

de em acabar-se
coda em si

cândice e
candeia-se

e dá que assim
condensa

em seu decay
cansei de

com a descen
de sansei :|| a

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

por mais que
esperneie
nessa pressa
e se esprema
ao perímetro
dessa peça
 
e sempre
e aos impropérios
ao aceno do preço
em espécie
peça por sumério
e tenha persa
 
e expresse
em sua prece
“só não páre!”
à suma espera
(per se máxima)
do esperma
 
seu períneo
é sparring
do cipreste
e esparrama
sua prega
entre as pernas

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

como queres que eu o diga?
digo como quiseres,
como adjetivo commodity
ou como incomoda,
com ou sem modos
(e não modi).


como um acorde incomum
ou como coda,
como câmera

ou camcorder,
digo como queiras,
commodore.

ou queres que o diga comedido,
como não dito,
como em coma induzido?

comigo acometido
como amigo
ou como um mig combativo?

diz-me como
e eu que o diga.
algo alvo

como índio,

ou algo negro,
como índigo?


meu modo é um contrato de comodato

absolutamente deslocados
no tempo e no espaço
e igual ao eme c quadrado
num presente só nosso
que quanto mais rápido vamos
menos tempo passa
em vida dessa gravidade
especialmente se
generalizada
nessa espácio-temporada
em dois corpos nunca

em mesma coordenada
num lance de dados
a mente cinza,
cinzenta à sua massa

domingo, 6 de janeiro de 2013

exposta à abertura
e aberta à exposição
revela-se

late mímica ao sexo
e assenta ao látex

sua pele em asa mil

,entretida,
analógica às digitais

tiro ao shooting
minha rola inflexa
a fim de flickr
e instagram

abstenho-me
desse papel
não-obstante
 
dessen Appell
tem o abismo
disso do apalpe
 
e abstêmio
do self-appeal
snob da estante


e desse apple
obstando
dou sumo pela -péia

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

caleidoscópio
em como o lado escora
e calados se acoplam

que lhes importa
em como se ad hoca o ópio
a cor do leito ou porta

ou como o led decola?
que espelhado na copa
o coito é cópula

língua portuguesa
língua presa
amotina-te
a catapulta é tesa

caminha e cabralina
e embainha na cabeça
índia por turquesa
rainha por duquesa

língua de puta tesa
por natureza
lida latina e peloponesa

lamina-te pelo apenas
faz-te lima e torquesa
luz ígnea por teresas

domingo, 23 de setembro de 2012

paralelepípedo
pra lá da pedra
parado em lápide
ou pra lá de lépido
prelúdio épico
peripatético
paralelo epíteto
pro australopithecus
por todo lado o ímpeto
a por-lhe de aresta
palíndromo em epítome
a parede pedindo reta

domingo, 18 de dezembro de 2011

game em mono
e game over

pois homens-ohms
impedem a ânsia
anular da aliança

na saúde e na doença
e algo galgos de go-gos
expõem-se em potências
e arremeços de honras

oiço cervos e onças:
dublês da surdina
do dolby surround

domingo, 20 de novembro de 2011

cemitério sem mistério
se me enterram

cimento e terra
sem térreo

e eu só o meu terno

sem metro
manto e cetro

cétero et
sem término

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

a raia cai
raios
haicai

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

calígula com gula
com a língua em cunha
com a amígdala
com a índole de alguma

qual ímã que liga
qual ímola
a calda cálida
que caia líquida

a que liqua alquile-a
a que agua liquide-a
que engula ou coagula
como aluga a cuia em lida

domingo, 25 de setembro de 2011

o olhar diafragma
ocular que subjetiva
memória de uma baita ginga

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

antes
durante
e adiante
dias e noites
dois amantes
como diamantes

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

vida
momento em movimento
vamos

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

malícia
de messalina

ilícita
me incita

delícia
a sua lida

i miss you
melissa

sábado, 16 de julho de 2011

extravagância
estranha ânsia
travessa e cigana
extravasa-se em gana

sexta-feira, 1 de julho de 2011

eloqüência
ela cansa
o alcance
que o silêncio

cicuta
me yakuza
de siracusa
que coisa

terça-feira, 21 de junho de 2011

tesuda da capa
te dispo do plástico
presto e rendo
uma salva de palma
ménage de dedos
querendo carne

sábado, 18 de junho de 2011

hábito hábil
em vestes de vício

mal chega
hóspede no inóspito
funda-se infindo

instala-se
sem habite-se

segunda-feira, 13 de junho de 2011

hemorróida horrenda
redoma de dor, reuma

um arremedo do endo
não ando não rumo não remo

num ramalhete de dentro
rentes meridianos modorrentos

hecatombe e humor negro
dói-me o rego

remédio resmungo remendo
melhora com banho de assento

completa
tem cacoete
de cacete
et caetera

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

querer que queria
querência na víscera
corrente e sangüínea

taquicardia
ataque e tacape
catapulta

seringa na agulha
bola de grua
e senta a pua

domingo, 7 de novembro de 2010

fura
e fúria
mais uma
lamúria
morre
e miúra

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

meu músculo
másculo

de mácula

macunaíma
ou drácula


ocaso
cáucaso

de nervo
e carne

de freio
e afro


mc cartney:

o ébano
lado
ao alvo

why don't we?

sábado, 16 de outubro de 2010

acabou
com o cabaço
a cabeça

descabida
coube
e sabe como

membro na membrana

e começa
como a moça
come a maçã

a galope

a glande
na glote
e no glúteo

insana

imensa
em iansã

em suma

o sêmen
mise en scène

sem mais

ânsia anciã

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

apenas
um pênis no ânus

sem tirar nem pôr
o que há de mais
peniano?

também - e ainda -
há o début da vagina

seus lábios de casulo
babando seda
secretos de segredo

uma metendo forma-se
batendo asas de buceta

agora completa
mete amor fode

vôo e nado borboleta

domingo, 3 de outubro de 2010

da nádega nua
a anuência:
'dá nada...

uma celulite light
mais uma pros seus anais

domingo, 29 de agosto de 2010

às duas e meia
no reino do corno
caralho um põe o outro tira

trincado o baralho
e feita a partilha
deita o coroa e a corte é da rainha

truco e salmoura
que curra da porra é pouco
urra a dama do rabo do ramo

e meia dúzia de nego
seis tento como setecentos
metendo como detentos

o mole recolhe
e a dona quer mais a metida
vergada e de quatro quer ver manilha

liga a cinta salto quinze espartilho
o espadilha diz-se espada
mas que vara a do sete-copas

o voyeur do valete não mete
mas ouve nove e caia gaiato
e vê que quem goza é o gato

ai ai ai ás de paus me admira
não páre que pariu de vassalo
doberra a dona chica

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

homem que é homem
não rende homenagem
jejua e ejacula a fome
heterogêneo e hegemônico
tem manha e tamanho
é antônio de antônimo de homo
um ás houaiss um mnemônico
come solange comendo monica

quinta-feira, 1 de julho de 2010

compile ou sem pílula
intel num compaq
int eu()
pacman ou teseu?

objeto sem método
/etc
throwing(exceptions)

fui rei ou fui clown?

t+
inté

nú em meu passeio completo

domingo, 20 de junho de 2010

a bola rola
bunda que rebola

o surdo marca
o ataque da caixa

no acorde do samba
a corda é bamba

a zebra do zelo
do zero a zero

a cerveja no gelo
gelol no joelho

o dez gazeteiro
e o gol do zagueiro

abracadabra é isso
o brasil se abraça

pobre e podre de rico
poder e juízo em sorriso

domingo, 25 de abril de 2010

sono e leito
lento
sonolento

a lei do silêncio

sonolência
o sonho
a sentença

domingo, 17 de janeiro de 2010

le soleil
e a lua
ele e ela
elle et lui
oui ali
ela e ele
haleine
éolienne
(ou hálito
eólico)
her lips
leur bitte
elipse
la orbite

sábado, 16 de janeiro de 2010

palavra palavra
a mais neutra
diz-se e cala-se
silente
e o silêncio
feito seu eco perfeito

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

a vala comum
vale em nada
a vida que cava
vive acá do aqui
de onde acaba
a lágrima

caveira nao cava
e cabe à chuva
a cal lavada
fosse fogo
fogueira a cinza
em lava

domingo, 27 de dezembro de 2009

ein Gesicht
eine gesehene Sicht
die man sieht
wenn man für sich
eine Aussicht
nicht aus Versehen
aber mit Absicht
vorsichtig sucht

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

a palavra pode
palavra no pódio
palavra sem pudera

palavra-pudesse
poderio de palavra
que a palavra poda

poderia a palavra
em palavra que podia
mas que não pôde

palavra que possa
poder tal palavra
a palavra posseidon

palavra quando puder
palavra que poderá
e poder-se-á palavra

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

a nau no agora inaugural
ondas onde ainda
cascos secantes
intrinsecam-se
ínterim e som

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

homens em osmose
em como se comem
homos incomodam
cômodos com seus modos

eellaas salivam de evas
garanham como éguas
damas adãs ou lésbicas
dão-se e se levam

a
um @
roubado

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

dar fala
à palavra que cala
ao dar-se em si
dita e feita
contexto inconteste
como aqui

terça-feira, 27 de outubro de 2009

nós
e o nosso aumento
no cimento
nasce
nesse momento
nascimento

domingo, 25 de outubro de 2009

salmos
sem mais
sem menos
semínimas
e o sêmen mina
sem mira
do seminarista
Onam sum

notívago
vago
note
estado e movimento

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

moda moenda moeda
o amiúde da mídia
em mnemo de ameba
um molde de mundo
démodé é o meu amuo

domingo, 11 de outubro de 2009

a faca entra fácil
fio entre faces
adaga em como adentra
e desgarra do que rasga
calafria como em fúria
sem freio que a faça

dizer um dízimo
e dizimar o indizível
diz mais de mim mesmo
do que o que me dizem

ao menos não me contradigo

diz aí o que dizes
enquanto eu aprendiz
perdigo entre perdizes

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

rir o riso
ser isso
do sorriso
réu sem juízo

ser rido
e rir disso
rir de ré
e sem sentido

rir derriére
do cerne do osso
ao reumatismo

a carne ri
em carniceria
do sério ria-se

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

o ator
atura
o ato

atira-se
torta em si

e entorta
a tortura

o encontro atroz
por um triz

domingo, 6 de setembro de 2009

logo a lógica biológica
a largar o lugar

ali onde o lúmen desliga
e míngua o algo de alguém

algum amálgama de mágoa
alma no fim do aluguel

terça-feira, 11 de agosto de 2009

o suicídio
dá-se assim
o assédio
o assíduo
o dissídio
do teria sido
dizer enfim

segunda-feira, 6 de julho de 2009

saber a morte
não pode

pudera

o sábio em vida
pondera

terça-feira, 2 de junho de 2009

eu sul
da américa
do sol

riso austral
opithecus
não nego

latinitude
longe de tudo
solstício a sós

sine qua non
o que a dor
equador

quinta-feira, 21 de maio de 2009

o algures
onipresente
ao cúmulo

lugar-comum

quarta-feira, 20 de maio de 2009

a sabiá
que eu saiba
nunca saberá
a soberba
sabida sabiá
tão sábia
só sabe assobiar
sibila
sibila sabiá

sábado, 9 de maio de 2009

tomo a palavra à força
forjo o que lhe é fome
o seu aço em fuga
do fogo-fátuo do uso
escorraço o discurso
à perda do rumo

segunda-feira, 16 de março de 2009

minhas linhas
nas tuas
tiram tinta

siamesas
em si mesmas

entrelinhas
do abalo sísmico

segunda-feira, 9 de março de 2009

puta da cara
a gostosa goza
o gosto da coisa acesa
a carne presa na fivela
a sandália sobre a mesa
o riscado da biscate
a denúncia na pronúncia
o flash os olhos fechados
o fastio de uma safada
no sossego do seu facho

segunda-feira, 2 de março de 2009

mereço o amor
que te merece
maior esmorece

se já não eiro
fervo à beira
do mormaço

ao brio desmaio
jejuo em jus ao olho
que te gosta

se te lembro
ou te cubro
não me lembro

te desembrenho

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

converso comigo a esmo
construo uma ponte pênsil
entre o que sinto e o que penso
atravesso o sentido impreciso
da fresta do pensamento
amotino-me dentro do possível
afago o inefável com as palavras que dizimo
despendo meu tempo num pêndulo
momento íntimo de movimento

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

meu caráter
caricato
nem quatro quilates
aquilata
meu caro

quebro-o
quid pro quo
e aquilo
que dilapido
vendo barato

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

deitada na pele
a sombra mais negra
em máximo contraste

tatuagem

um ponto de vista
com foco no eterno
anteparo da carne

a flor
do éfe ao éle
como um verbo
reverbera de flora

mas a fauna
a colhe
como um nome comemora

é o homem

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

escrevo morte em vida
o rapto réptil
de um projétil
minha escrita na cripta
termina o projeto

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

ponho cursiva
a pornografia
na pauta da putaria

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

bebo um riesling
sorriso no living
sozinho avio vinho
um beijo de língua
há onde havia
lava e alívio
me beduíno
bêbado do potável
oásis do infinito

sábado, 18 de outubro de 2008

o poema em lance
de corta-luz

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

que sinédoque
é ad hoc assim
que da sina
dá-se o nunca
da sinuca
do todo que parte?

sábado, 11 de outubro de 2008

uma tez
num matiz
nem matisse

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

meto fora
a metáfora
e meto a fúria
e meto o faro
há muito em mim
na meta mínima
- meta-mímica -
da metonímia

existo
exo ist
com êxito

logo ex-isto
só ex-it
exit

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

voilà
a violência
violácea
do neon
viola ácida
na voltagem
o v.u. e o nú
violão

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

aquiesço
a isso aqui
que eu quis

a esse sexo
a sós que sim asssim

nasci e cognosci nessa língua
a elegi minha e é minha a elegia
a mim deu-me molde e domínio
minha mente é sem mímica
mago beijo a lábia dessa magia

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

filio-me ao meu filho
num elo vitalício
soou pai

o sono insônia
só no insano;
o sonho sanha
assim o são;
o som soa

lipo a inspiração e áspero
pulo o quântico desse salto
em pérola de um ostracismo estético

sentimento tanto
que sentido sem ter

terça-feira, 2 de setembro de 2008

vela ela lá a
e apagar o ar pagão

a luz a azula

sábado, 30 de agosto de 2008

anteontem até ontem
e antes outrem
ou outro ente
ante a mente tonta
do meu enquanto
no entanto tempo

a bunda da vagabunda
vaga sempre ocupada
qual biscate à cata do bis
coitada

ventre ventríloquo
vento lá dentro

o arrego ao rego
o descarrego
o córrego

sábado, 2 de agosto de 2008

somos como somos
como cromossomos
como consumamos
o consumo humano
somos como começamos
comes como homens
e como moços
e como se fôssemos
somos de carne e osso

nascença
non sense
na essência

a dádiva
ávida
da vida

quinta-feira, 31 de julho de 2008

a glande e o gládio
do gomo no pomo
e o colmo;
o gole do golpe
a galope;
a goma ganha
do golfo que afoga

a papoula
papila
e pupila

a pele péla
e o pêlo
pílula

humanidade
uma ida ao nada
unanimidade
uma unidade
uma manada
uma nada

perdão
verbo pidão
que perde-se
em nome da perdição

simulacro
sem o lacre
sem a lágrima

uma música
uma musa que
uma isca

sábado, 7 de junho de 2008

sinto muito mas
é sintoma
o muito que sinto
e assim me toma

meu íntimo
me intimida;
mitigo o mítico
que há muito me minto;
meu time é comigo,
mentira que admito;
meu ego que me demita.

cerejas imóveis
páram o doxo
no móvel de cerejeira

segunda-feira, 26 de maio de 2008

é radical
erradicar-me
e radicar-me no erro
pela raiz do radicchio
e radicchi caule
e rádio e níquel-cádmio
e Radamés Gnattali

segunda-feira, 5 de maio de 2008

eu, quarando
ao quando,
quarenta
e quanto,
quântico,
aqüando
enquantos
eu aquarelo

a forma
em formol
conteúda
contuda
amorfa
formula

eu contigo
e contíguo

o definido
definha
e fim de

segunda-feira, 7 de abril de 2008

ser só sói
se sois a sós,
senhores,
seres-esses
e-erres
a ponto de
senhorias

terça-feira, 18 de março de 2008

o dia-a-dia
dia a dia
diadia
adia
ia

poesia alguma toda prosa

uma tattoo até o intacto
periferia pelo períneo
tua agrura guria
e ali alegria
doía e sodomia
déjà foie gras hamas
sadia de mais quista

segunda-feira, 10 de março de 2008

olhe é ele
o olho alheio
olhe-o olhe-o
um eu olha ali
ó-lhe

sábado, 16 de fevereiro de 2008

mor:
um maior
menor

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

outrora
mais-que-perfeita
em seu pretérito

sépia espécie
de espécimes
no espaço
a homo sapiens
homens passam
pássaros
por onde passaram
passos

letra iliterata
literis ipsis
o ipsilon

domingo, 27 de janeiro de 2008

o lapso colapsa

lado alado
no aplauso

o pouso da pausa

letra quando lateja
lantejoula a jóia
e depende em pêndulo
lapidarmente dor

domingo, 20 de janeiro de 2008

contemporâneo
contém comprando
com tempo ânimo
têmpora e crânio
in corpore sano
incorporando tanto
o cômputo romano
contem por ano

cacete
exocet
calibre
a excalibur
ex cultro

antero-posterior
do antepasto ao postre
o antes e o depois

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

uma imagem vale mais
que mil palavras
uma imagem com palavras
imagina só
pois só as palavras
entre si são imaginárias

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

poema a título
sentido
sem ______
se não tido

síncope:
cinco pés
ou ciclope?

assine símile
sismógrafo
de si mesmo

domingo, 6 de janeiro de 2008

sexo
exo-endo
eixos

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

palavra que, quando
soletro, solerte,
solto as letras;
azo areias de ampulheta,
alheio-as silo e silhueta.

eu, curitibandinho,
contínuo;
diminuindo gerúndios
apresento-me.

belisca o olhar
e mordisca a vista;
visgo na isca, pisca
e faz-se pesca

flerta
e faz que quer
do faicheclair a flecha
e fecha

sábado, 24 de novembro de 2007

a alquimia
da que mia
quer minha
química
de mau-elemento

terça-feira, 20 de novembro de 2007

apostos
a postos
apostas
postas e
opostas

domingo, 30 de setembro de 2007

morte-dívida
termotemormote
todavida
maternotérmino
praeternidade
fraturafraterna
faturafutura

note a nota
ser a nata
da serenata
no labirinto
do bailarino

nunca assim
num cassino
um caça-níquel

elvis em vegas
estrela vega
alva e brega

turno
diurno
diuturno

agravo ao brio
do embriagado:
briga ou agrado

coalho
co'a coalizão

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

livrar-me
do livramento
do livro,
ventríloquo,
dizendo-me
mímica e química
de ventrículos

o fac-símile
faz-se no mínimo
verossimílimo

simples-fácil
qual flauta-verbo
e verso-vértebra

ictis ictis ictis...

o ipsis litteris
verbatim
da vera-efígie

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

um algoritmo
algo íntimo
e algum ritmo

proxy
o prolixo pro lixo
(.zip or r.i.p.)

sábado, 18 de agosto de 2007

cilício e sílica cítrica
no acrílico do cristalino
ácido acetil-salicílico

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

o infinito em faniquito
afinal afina
a fim de um fim

---------------------------------------

flor-de-lis
delícia floral
de cílio lilás

se for lida
florida
diz aliás

aflora de ali
e do Lácio a flora em si
ás

---------------------------------------

triste em riste
arriscaste um risco
e arrastaste um rastro
no rosto

rasgaste a rusga
e rasuraste o rasgo
do ríspido
e riste triste

---------------------------------------

a quem o amém
amaina a alma
(imã da calma)
o amálgama
a palma em palma
(a pá de cal
e o sal na salva)

adeus sem ode
(disse odisseu
(disso odisséia))
zeus seus deus teus

sexta-feira, 27 de julho de 2007

econômico
como um único
e canônico
como um ícone

comunico

comigo como inimigo
combino o ambíguo
com o meu umbigo

segunda-feira, 23 de julho de 2007

toda ato e atitude
lá do alto e altitude
salto alto e tudo

sexta-feira, 13 de julho de 2007

é que no cio
o que é nosso
é equinócio
que no ócio
é aqui no ósseo
eqüino sócio

segunda-feira, 9 de julho de 2007

genes gênese
sujeito sujeito
ao sui generis

domingo, 8 de julho de 2007

okinawa
aqui a nau
o que na água

jazigo do riso ou jacuzzi?
o jazz acusa e jaz a causa

caso já outra coisa haja
já era jazer a ojeriza

segunda-feira, 11 de junho de 2007

homem hetero adúltero
heterônimo ad aeternum

sábado, 9 de junho de 2007

futebol fútil?
refute a bola
quem chute
kichute no balde

debate pronto

sexta-feira, 8 de junho de 2007

palavras
lá pelas várias
umas e outras
sumárias

sábado, 2 de junho de 2007

imagine eva
imagem de vagina
dando a adão
e deus

atitude
beatitude
altitude

disparar disparates
aos ímpares
de para

disparos díspares
ante a disparada
de anteparos

sexta-feira, 1 de junho de 2007

eu vago
duas vogais
em voga

terça-feira, 29 de maio de 2007

boa a bola
e logo o gol
glória
agora a gala
da rima lágrima

sábado, 5 de maio de 2007

pelo meu texto
ímpeto de incesto
palimpsesto

silente
saliente
sente?

sexta-feira, 4 de maio de 2007

respeitável público

abc
ábaco

o número da letra

terça-feira, 1 de maio de 2007

incenso aceso
acento
ascendo

ócio
ofício
orifício

nada
dna
n.d.a.

domingo, 22 de abril de 2007

estou
estio
esteio

sábado, 21 de abril de 2007

surubins
surubam
surucucus

curti bem
curitibas
cús tíbias
cortinas
cúrias tímidas
curvilíneas

quinta-feira, 19 de abril de 2007

serviço
sevícia
sirva-se

domingo, 15 de abril de 2007

arrepio
o cupido esculpiu
rodopio no pau
piu de piá

dátilo
didático
pterodátilo

a forma
conforma
o escambo
conforme
descamba
o escambau

ais e tais
einstein
eisenstein
aí está

terça-feira, 10 de abril de 2007

uma minúcia
mínima
minha

fim de dia
finda fidúcia
fidedigna

domingo, 8 de abril de 2007

voz na vazante
a gota esgota
o colírio da cólera

a gaita gaiata
colore o acorde
da guitarra

o prato em pranto
acode ao chorus
e coda

quarta-feira, 28 de março de 2007

nisso ouço tiros
cinco e trinta latidos
latrocínio?

sábado, 24 de março de 2007

grafite
grafia
grafiato

quinta-feira, 15 de março de 2007

sax &
a sexy
sioux

fixin'
a foxy
sphynx

she's ky
shhhh
xxx

six a.m.
I'm
sick

meu bem-querer
tirando teima
de bem-me-quer
tira bota deixa ficar

quarta-feira, 14 de março de 2007

a devida
vaidade
de vadia

melhor cola velcro
que amolece cancro

solto ao vento
a sotavento
me vendo solto
dissolvendo-me

viés de vez
o invés ao revés

revés de viés
ou o invés da vez

terça-feira, 6 de março de 2007

fleuma
flâmula
inflama

domingo, 4 de março de 2007

o ar arara
e areia aranha
o rio arraia
a rinha marinha
e a água enguia

aborto
broto
absorto

sexta-feira, 2 de março de 2007

retirare
retraire
reiterar

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

álvaro
avaro
vara o
ovário
de elvira

vírus

avaria
varia vário
o desvario

varíola

comum
como um
com um
quorum

comunidade

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

curitiba por ti,
poty, me quista

prisma que exprime
seu visgo na vista

vê-la e tê-la visto
eternamente artística

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

avulsa
avença
avanço

(curitibanas I)

largo da ordem
(a lei discorda)

quem dorme acorda
e ladra e morde


(curitibanas II)

dê-me o que urge
e demiurgo
que da matéria
me demeterco


(curitibanas III)

guri, ainda piá,
no barigüi e no tanguá
eu tibagi de ti
e tupi em guarani


(curitibanas IV)

prá minha vó
venda é negócio.
trocar um foco
fosco é uma troca
tosca, singela,
de vinte velas.


(curitibanas V)

meu pão com vina,
dona, não é dog,
dogão sem dono;
é dogma, digo,
curitibano.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

uma a uma
o hímen é do homem

mal-amadas
putas patrulham a pátria

mães gentis gemendo a gente nas madrugadas

puta que o pariu!
parem de nos parir que a putaria pára

cheia de nove horas
mas sete oitavos
é meia de meia nove

de costas ou de quatro
não é cós de catzo
mas quase coisa casta

é filme mudo dublado
por dublê de boca
com lábia de lábio

e a saliva latina
calígula a língua
felação na cunilíngua

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

olho óleo
oliver
ver-se corno pelas próprias córneas

helen
ela nele e ele nela
no horto das oliveiras olavo

pelo palavreado das palavras
o apelo e o pólen
a polêmica

senão outrossim
só sinônimos sem ânimo
soçobro incólume do poema

gago do agrado
avangardo

alargo o gargalo

gárgula
gargalho

púbico público
___cupido pouco pudico
lúbrico

___rubrica libido rubra

bulida
___bulímica mímica
mínima da menina

militante limite
limítrofemilícia
limitâneo mílite
milico-limitante

meu universo é um verso único
ambíguo no que unívoco evoca
única forma que deforma a f/ô/rma
átimo do átomo em seu último ato

meu gesto é um indigesto índice
sumária c/ô/rte em corte sumário
veredito vário do cerebelo ser belo
plêiade plena no plenário planetário

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

memória rara
em mármore carrara

lágrima

no olho o entalhe
do carmin na carne

domingo, 24 de setembro de 2006

falo do eufemismo de fato
fac-símile
da fêmea fome que afemina o esfíncter

do através travesso
que atravessa atrás
e travessia

da lascívia em vias de alívio
impassível ao passo
à posse
ao potássio

do suplício do viço
vício do sevício início
"submission"

da fissura da curra
surra em núpcias de puta
da busca da bússola

covarde
cor verde
cor vagem
coragem

ovo
óbvio
oblívio

aviar palavras
receitar-lhes a não-prescrição
e dar-lhes alta

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

livro, espelho opaco
onde leio imagens
que me vêem à margem
enquanto quanto quantum
quanta e me encanta

por um menor poema
pormenor
por menor que seja

mais prezo
o que menos
que o mais
menosprezo

poema feito.
verso de efeito
à causa de certo feito.
erro raro e rarefeito
que de fato é defeito.

cacto estocástico,
estoco estacato.
cáustico, eustáquio,
e cuzco e cuzco e cuzco
até que estocolmo o catzo,
acústico, escolástico.

terça-feira, 13 de junho de 2006

língua estilingue
na alça de mira
o bodoque
a setra
o acerto do tempo

sexta-feira, 9 de junho de 2006

dado ouvidos
dê de ombros
ou de dedo

o ouvidor
dedica
ao ombudsman

terça-feira, 6 de junho de 2006

sós
soslaio
s.o.s.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

sp
aspa

spa
asap

p.s.
aspone

estupro
estupor
XXX troppo

terça-feira, 16 de maio de 2006

vige
virgem
vixe

segunda-feira, 15 de maio de 2006

o que
que o
quê u?

e que
a que
quê i?

ó quei...

o u à
pê que pê!

terça-feira, 2 de maio de 2006

o passado passava
como agora

passou como a uva passa
que como agora

estou passado
sozinho na ágora

sábado, 22 de abril de 2006

paralelo risco, rastelo.
vida, morte severa.
corpo, febre e cãibra.
roça e reco, réquiem.

cruz-credo.

fá-lo-ia ou fá-lo-á
farinha ou farelo?

quinta-feira, 23 de março de 2006

quisto
desquite
quites

segunda-feira, 20 de março de 2006

gueixa
esguicho
guichê

sexta-feira, 3 de março de 2006

ao monge grunge
vengeance
menos pinge que tange

unge ao longe
e tinge Stonehenge
em mélange

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

vi no
vinho
vino

vim ou
viña
veio

vinha
veia
viva

uivo
vivo
uva

vini
vidi
viti

sábado, 11 de fevereiro de 2006

Ops, Quéops, macaco velho, Al Qaeda escada
Cofiou o cofrinho café de Quéfren
E pagou sozinho mico no pó de Mikerinos.

Quimera gípsea come-quieta, a esfinge que não viu nada
E abre aspas em árabe cedeeéfe Gagá ijota!
Caemeéle enéope queerre esse teu vedábliu, chisipsilonzé!”

REARRANJO DE POESIA______________A Décio Pignatari
______________________________“Poesia Pois É Poesia”

1. Forma/matéria

pois eis, poíēsis!
é-me dia de pose em poesia.

é psi, são -ópsias e, na sinopse, passeio.
pois é... pãesio... a poesia põesia!


2. Matéria/forma

__________poíēsis poíēsis
_____poesia de em em de poesia

poesias n poesias poesias n poesias
____poesia poesia poesia poesia

DEVORTEIO DE VÓRTICE

devaneio deveras...
____o devir devolve
_________o déjà-vu,

___________devagar...

_________a devenir,
____de visu devorteio,
the jazz view...

terça-feira, 22 de novembro de 2005

edito e acredito
que dito o dito pelo não dito
ao erudito

sábado, 19 de novembro de 2005

sigo o signo
___consigo consigno
______sino

Pound
persona de Piercing
Sussurra

amanhece o dia em seis dioptrias.
uma bicicleta de vidro estaciona no rosto;
nos aros das rodas vítreos esgarços de águas-vivas.

no pay-per-view grátis da janela
centopéias de skate, centenas de pés recolhidos.
baratas assalariadas em seus rolimãs de subida,
com seus crachás de catracas, por onde encalacram suas vidas.
no céu, avaro de atraso, um escaravelho em sua libélula,
um cuspe sem pára-quedas,
uma tatuagem de ameba seca na passarela.

__a
___minha
________voz
___________é a foz
_______alma
__minha
da

meu canto é o que me encanta
no meu_______________canto
quando________________(só)

eu fico r o u c o
pois o canto não é pouco

alma e sopro de tão___soltos
fazem o corpo dar um n
___________________ó

e se me calo é porque só
s__u__s__p__i__r__a
o pensamento

a__v____o______z
se esvai no vento
e no silêncio
_
_
_
_
_
_
_
_
_
a alma
_
_
_
_
_
_
_
_
_
dói

SENTIDO O GOZO

Gozar à luz do dia
À luz de velas
Alucinadamente lúcido
Diluir as sombras

Gozar ao som que soa
Ao sopro do corpo
Assustadoramente solto
Silenciar as ondas

Gozar ao sentir o fogo
Evaporar o sangue
Aceleradamente tonto
Congelar no tempo

Gozar ao sabor do vento
Ao sabor da vida
Incessantemente sossa
A temperar a morte

Gozar ao disputar teu corpo
Contra tanto espaço
Assintoticamente tátil
Desaparecer no vácuo

O GRAFITE

noite e dedo
no beiço da válvula
chia o silêncio
grã-fina-se
e feito efeito
o espreita na parede

I. IDEAL

ah, se minha boca fosse mídia eu mudaria a massa,
se meus versos, notícia, postá-los-ia numa coluna
Prestes à conquista da linha; se minha loucura
tivesse ao menos laica verossimilhança fátua aos
efeitos humanos, fálica sangraria, e não virgem,
e o dano domini estaria nos calendários dominós.

II. REAL

ah, se dez dedos só até dez contassem, e não réis
em contos, se eu não sentisse dez em dez medos e, seios,
só os soubesse dois a dois, cinco dedos em cada e mãos
dadas à causa da única união, assim, nem mesmo férrea
alguma testa seria expiatória de qualquer
minha para comigo inconseqüente traição.

TITULO
_______________________a Paulo Leminski

sem ação e sem assunto
estalactito

foi-se o que quer que fosse

pagino & capitulo

BATE O SINO

um bate-boca do badalo com a borda
ou não senão o sino
que na dúvida deita
e dobra?

cabeça ocre que a cabaça abarca
ou tão somente o som
que tem o oco do cobre
que acaba?

o eco do ataque que com o tempo
aquieta
ou tal e qual nasal
como o homem onomatopaica?

2 1/3

certo excerto
um de sete terços
me excita

cito exceto um
os sete sutras
cítaras cicutas

escutas do et cetera

S&M

gozo e guizo algoz
sadomaso cascavel
no gêiser gel

no rebolo da corte
o coiote coito
a corte cor

uivo e guizo
corto pico gozo e sinto
-me muito bem


 
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